domingo, 3 de março de 2013

Falhei. Então, não sou tão bom.


        A expressão “efeito halo” foi  cunhada por Edward Thorndike, psicólogo, que usou o termo em um estudo de 1920 em que descreveu como oficiais das forças armadas avaliavam seus subordinados. Thorndike concluiu que dificilmente a avaliação a respeito de uma característica não se estendia a outras. Os resultados foram surpreendentes na medida em que havia uma forte correlação entre a avaliação as aptidões dos soldados e sua aparência física. Algo como se o soldado mais bonito - ou mais forte, ou com melhor postura - atirasse melhor do que os outros, fosse mais veloz, mais habilidoso com uma faca, bom de cálculo e tocasse piano como ninguém. Resumindo, ele identificou a tendência em atribuir características positivas a quem tem resultados positivos – e vice-versa.
         No mundo corporativo,efeito halo pode ser entendido como a interferência causada nos processos de avaliação de desempenho devido à simpatia ou antipatia que o avaliador tem pela pessoa que está sendo avaliada. Está relacionado a possibilidade de que a avaliação de um item possa interferir no julgamento sobre outros fatores, contaminando o resultado geral. Ou seja, criada uma primeira impressão global sobre uma pessoa, temos a tendência para captar as características que vão confirmar essa mesma impressão. A primeira impressão vai afetar as nossas avaliações em relação à pessoa observada.   Muitas vezes os empreendedores usam essa linha de pensamento e nem sempre é satisfatório, causando um prejuízo para a empresa ou algo mais grave. Um bom exemplo seria um excelente vendedor que foi promovido para gerencia e não se adequou no novo cargo, fazendo com que a empresa ficasse sem um excelente vendedor e sem um gerente.
          Apesar de parecer inequívoca, a associação entre o sucesso (ou fracasso) de alguma empreitada e a pessoa responsável por ela não é necessariamente verdadeira. É fácil acreditar que idéias que funcionaram eram boas e que planos de sucesso foram bem elaborados. E que os que deram errado tinham defeitos. A noção de que sucesso ou fracasso às vezes não resultam de grandes habilidades nem de tamanha incompetência, mas de circunstâncias fortuitas soa como heresia para os teóricos da administração. Mas eventos extraordinários podem acontecer sem causas extraordinárias. Porque tão importante quanto extrair significado onde ele existe, é não extrair onde ele não existe.


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